terça-feira, 4 de junho de 2013

O SONHO DE LAÍS.

Certa manhã Leila estava em frente ao espelho, escovando os cabelos e, entre uma passada e outra da escova, conversava alegremente consigo mesma: “Bom dia! Paz, saúde e alegria...”. De repente sente que está sendo observada – olha em torno e vê Laís, sua filha de cinco anos.
Leila puxa a pequena para junto de si e diz: “Filhota, querida, dormiu bem? Vamos nos preparar para a escola?” Laís sobe num banco ao lado da mãe e começa a segurar a escova; Leila reluta por três segundos, mas acaba cedendo à vontade daquela sua pequena rainha. Laís repete, como numa cena ensaiada, a escovação; lentamente passa a escova do alto da cabeça até os ombros da mãe. Leila ri do ritual da menina.
Num certo momento, sem nenhum motivo, Laís para de escovar os cabelos da mãe e fica olhando para seus ombros – olha de frente, entorta a cabeça para lá e para cá... e Leila, estranhando aquela inspeção silenciosa, pergunta: “Laís, minha filha, está tudo bem?” A menina demora alguns instante, mas ao invés de responder, pergunta: “Mãe, porque tem cabelos na sua roupa?”
Leila ri, pois afinal entendeu aquela movimentação incomum, e respondeu: “Laís, todos os dias caem cabelos da cabeça de todas as pessoas! Caem, mas nascem de novo!”
A pequena menina olha por mais algum tempo, busca o colo da mãe e as duas saem do banheiro em direção à cozinha – hora do café.
Na noite seguinte, Laís teve um sonho; sonhou exatamente com o quê a mãe havia dito a ela – toda noite, ao se deitar, os cabelos de Laís, como de todas as pessoas, caíam todos. As pessoas dormiam carecas e, quando acordavam, os cabelos já tinham nascido novamente.
Quando despertou, Laís procurou a mãe, que ainda estava na cama, e fala ao seu ouvido: “Mãe, os cabelos têm um trabalhão danado todos os dias!” e riu a solta.
Leila não entendeu aquela história da menina, mas, mesmo assim, respondeu: “Pois é... eles têm mesmo!”, deu de ombros, sentou na cama e pegou a filha no colo.

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