segunda-feira, 30 de abril de 2012

O TEMPO...


Passei a maior parte do dia assim: amuado, desdizendo a sorte e querendo encontrar alguma coisa, que na verdade nem sei o que é, e mesmo se existe.
 Andei pelo quintal, perto da antiga mangueira, e depois corri para o portão da frente. Olhava para tudo, curioso, mas nada me chamava a atenção... as coisas que eu via, ouvia e sentia não eram o que eu procurava.
Minha mãe chamou várias vezes: para ir ao comércio; para o almoço; para arrumar o quarto..., mas nada fazia aquela gastura sair do meu peito.
Corri pelo quintal muitas vezes; passei as mãos pelos muros, portas, janelas... pulei as roseiras e pés-de-boldo, chutei a bola para lá e para cá..., mas nada me satisfazia.
Parei no portão gradeado e fiquei olhando para as pessoas e os carros – os rostos, as roupas, as cores e velocidades; brinquei de “todo carro par que passar é meu!” e contava: 1, 2, 3, 4... e via os carros passarem e uns-eu-queria-e-outros-não!
Cansei disso e voltei para dentro de casa, e aquela sensação de ‘querer sem achar’ me consumia. Liguei a televisão e deitei no sofá, mas nada me distraía o suficiente, ao ponto de esquecer ‘que algo estava faltando’... Comecei a pensar em bicicletas, nas pedaladas que são necessárias para avançar longas distâncias... e logo adormeci. 

Um comentário:

  1. "A vida já é curta e nós a encurtamos ainda mais desperdiçando o tempo."

    ResponderExcluir