Atravessou umas duas quadras e sentiu-se mal. Sentiu o chão faltar; as coisas rodaram... e quando deu por conta estava caído no chão, ao lado de um orelhão.
O orelhão preocupado acudiu o poste e começou a perguntar: "Tudo bem? O que aconteceu rapaz?"
O poste confuso tentava organizar tudo - a tontura, o tombo, as palavras do orelhão e os olhares de duas caixas de correio e uma banca de jornais, que passavam na hora e pararam para ver o que estava acontecendo.
Recuperando um pouco do ânimo e conseguindo sentar, o poste respondeu ao orelhão: "Cara, liga para a ambulância para mim... estou meio mal!"
O orelhão discou e logo começou a explicar para a ambulância o que tinha ocorrido - poste, tombo, passar mal... - e ao desligar avisou: "A ambulância disse que está vindo para cá o mais rápido que pode!" O poste agradeceu.
O poste já se sentia melhor, porém o mais prudente era esperar pelo socorro médico ali mesmo, afinal a tonteira poderia voltar e um segundo tombo seria muito pior.
Juntou alguns curiosos, além do orelhão, das caixas de correio e da banca de jornais também pararam um ônibus, dois postes (que não eram parentes do poste tonto) e um banco de praça. Todos ficaram em volta do poste, que continuava sentado no chão, e contando estórias, cada uma pior do que a outra...
Em menos de dez minutos a ambulância chegou, verificou os sinais vitais e chegou à conclusão de que era só um mal-estar passageiro, "Nada de mais..."
E assim o poste levantou, arrumou a luminária, agradeceu ao orelhão, deu um leve sorriso e seguiu seu caminho.
E cada um daqueles que pararam para ver o que tinha acontecido foi embora, ainda contando estórias mais apavorantes do que a do poste que desmaiou.
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