sábado, 30 de abril de 2011

CESAR RIU.

André foi embora.
Sem olhar para trás.
Sem dizer um adeus, sequer sem sorrir, simplesmente foi embora.
Carlos ficou parado, esperando um olhar, uma palavra ou um sorriso, mas nada disso aconteceu.
André virou na primeira esquina.
Carlos correu, com medo de tudo aquilo ser um 'fim', um marco decisório. Correu até a esquina e afobado procurou André no meio das pessoas; procurou pela mochila dele (era verde musgo, do tipo exército)... nada! Sumiu!
Carlos se virou desanimado - era o fim - e começou a caminhar pela calçada. De repente todas as pessoas sumiram, deixaram de existir, não havia mais sons cores ou movimentos no mundo... só as (in)certezas de toda uma juventude em confronto com o amor. E uma dessas (in)certezas era a de que não veria mais André.
Sentiu o telefone vibrar. Pegou rápido no bolso. Era o irmão... que 'erro', justo naquela hora?
Enfiou no bolso da calça sem atender.
Um minuto depois o telefone voltou a chamar; atendeu desanimado: "Alô?"
No outro telefone uma voz conhecida ria. Era André. Carlos não sabia o que dizer, mas logo recobrou a sanidade e perguntou: "Onde você está? Por que está com o telefone do Cesar?"
André somente ria e Carlos só conseguiu ouvir: "Vire-se!"
Carlos se virou e viu André e Cesar bem atrás dele.
Enfurecido e aliviado, Carlos desligou o telefone, enfiou no bolso e se jogou nos braços de André, que estavam abertos. Cesar somente ria.

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