Aninha estava ansiosa.
Queria que o sábado acabasse logo, pois o seu maior desejo era que o domingo chegasse, e que chegasse o mais rápido possível.
Queria acordar e ver as pegadas brancas dos coelhinhos pela casa e segui-las, uma a uma e achar todos os ovos e chocolates - no ano passado foram sete ovos grandes, cinco caixas de bombons e muitas... muitas barras de chocolate ao leite, branco, meio amargo... e o sábado que não acabava?
A cada hora Aninha perguntava ao pai, à mãe, aos avós, a quem estivesse perto: "Que horas são? Falta muito pra gente dormir?" E todos respondiam que faltava pouco para o domingo.
Aninha começou a desconfiar, pois já tinha perguntado a tantas pessoas (e a algumas delas mais de uma vez!) que horas eram e se faltava muito para o domingo, e todos respondiam que faltava pouco, mas ela ainda estava no sábado, aquele sábado sem os ovos, bombons e chocolates do domingo.
Quando a Aninha entrou na sala e todos estavam assistindo a um filme ela tentou mais uma vez, mas dessa vez ela se dirigiu ao irmão mais velho e perguntou de forma direta: "Falta muito para a gente procurar os ovos do coelhinho da páscoa?"
O irmão estava calado e calado ficou.
Aninha insistiu: "Fala! Fala!..."
O irmão olhou bem nos olhos da pequena menina e também foi direto: "Não existe nenhum coelho de páscoa! Você acha que coelho põe ovos?"
Aninha franziu a testa. O pai mandou o irmão mais velho calar a boca.
Aninha correu para a cozinha.
A mãe foi atrás.
Quando a mãe entrou na cozinha encontrou Aninha segurando um dos ovos de Páscoa e com os olhos cheios de lágrimas.
A mãe perguntou: "Ana, o que você está fazendo com este ovo na mão?"
"Vou dar um para meu irmão!" e saiu caminhando para a sala.
Na sala Aninha entregou o ovo ao irmão, que se mantinha calado, e disse: "Este é para você!" e correu para o quarto.
No quarto, Aninha chorou até adormecer.
Esse é o preço do fim de um sonho: A lágrima...
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