Balaústre, abajour, catete e montanhas... cada palavra tem um significado na língua e tantos outros em cada um de nós.
Não é que cada palavra tenha mais de um significado na língua portuguesa (o que é possível), mas os significados, as representações que cada palavra tem para cada pessoa, por exemplo: balaústre é uma peça arquitetônica muito utilizada em sacadas; as sacadas me lembram as viagens para as cidades do interior, como Tiradentes e São João Del Rey; as viagens me lembram felicidade, os campos, as estradas, as ruas que sobem e descem e as pousadas; as pousadas me lembram o abajour, que atualmente em nossa língua se escreve como 'abajur' e nas pousadas é muito comum encontrar abajures - nos quartos, nas salas comuns, nos corredores... e nos corredores e nas salas comuns dessas pousadas encontramos as lembranças de um Brasil com 'z', de colonização, de índios, do passado... e o passado me leva a pensar no catete, palavra que vem do Tupi-Guarani 'Caititu', que quer dizer porco do mato, como também significa um tipo de milho e/ou reduto de escravos. E as montanhas de Minas, o milho, os escravos e suas fugas me lembram as montanhas, que sempre vi nas novelas e filmes 'de época'. Mas, montanhas no dicionário são acidentes geográficos relativamente elevados, isso é, não é qualquer morrete, qualquer elevação que é 'montanha'. E no meio das montanhas, que cercam o Rio de Janeiro, encontro os casarões dos senhores de engenho, os coronéis e nessas grandes casas lá estão os balaústres....
E assim vamos significando e re-significando as palavras, por sua etimologia, origem e por nossos olhos e vivências.
Agora me diga: qual as suas palavras neste momento?
Com tudo que você descreveu, as minhas são: experiências de um mundo particular, de cada um de nós.
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