quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

VIOLÊNCIAS CONTRA PROFESSORES E CONTRA A SOCIEDADE

Mais um ano letivo indo para os '45min do 2° tempo'... e permanece uma dúvida, uma angústia, uma preocupação: a formação dos nossos estudantes - de todos os níveis, está cada vez pior. Os jornais divulgam os resultados de estatísticas e provas 'mundiais' - o Brasil entre 70-e-tantos países conseguiu uma colocação mediana - 53°!
Mas, o que mais preocupa é a realidade - quem está nas salas de aula, no contato direto sabe que os estudantes, principalmente da Educação Básica pública, está passando de séries com deficiências cada vez maiores.
Já conseguimos encontrar nos oitavos e nonos anos de escolaridade (as antigas sétima e oitava séries) estudantes analfabetos, em letras, números, experiências escolares e valores, que vão estar, em um ou dois anos, no Ensino Médio, com professores e professoras que nunca tiveram que lidar com a alfabetização ou com o fato de ter que ensinar ao estudante que ao entrar na sala de aula o correto é pedir licença e cumprimentar as pessoas... e qual é o resultado de toda essa 'nova mistura'? Multidões de estudantes que alcançam, por persistência pessoal ou desistência dos professores, um certificado reconhecido de escolaridade.
E nem tratamos das violências dentro da escola, que vai da simbólica à física. Nos jornais de hoje podemos ler a notícia de um estudante universitário que matou a facadas um professor, porque recebeu uma nota abaixo da média; e a mídia está 'recheada' de notícias dessa natureza e com desfechos muito preocupantes - professores afastados por problemas psiquiátricos e lesões, pedidos de licença sem vencimentos, desistência do magistério... e a sociedade e os governantes 'acreditando' que esses fatos são isolados e, portanto, raros.
Quando penso em uma linha de tempo lembro das agressões sofridas pelos professores - vou ilustrar com minha experiência pessoal e o que tenho visto na mídia.
1970 - professores são xingados.
1980 - os carros são arranhados e os penus furados.
1990 - começam as agressões físicas, sem descartar as das décadas anteriores.
2000 - cadeiradas e facadas.
E toda a sociedade e governos não estão 'ligando' para o fato de que agredir professores é, na realidade, agredir a instituição 'escola', categorias de profissionais e a própria sociedade, pois não há uma sociedade desenvolvida e em paz sem escolas - e curiosamente, professores!

Nenhum comentário:

Postar um comentário