domingo, 20 de dezembro de 2015

SAUDADES.


Maria sentia saudades.
Doía o coração todas as vezes que lembrava de José... 
Seus olhos procuravam no ar as imagens... e sempre encontrava uma... duas... muitas imagens e lembranças - viagens, risos, cafés com olhares enamorados, pequenos presentes... e os longos abraços... 
Maria chorava "sem sentir", quando dava por si, estava ensopada; molhada de lágrimas, de lembranças... mas, muito mais de saudades.
As noites eram mais longas que os dias; o silêncio era um cão-que-latia-alto, aos quatro-ventos, as lembranças e, com isso, chamava toda a dor que uma pessoa sozinha, sem o abraço forte e quente do amor, pode sentir.
Como de costume, era nas primeiras horas da manhã, com os primeiros sons do dia que começa, que Maria conseguia, enfim, adormecer... mas sempre cansada, chorosa, triste...
Maria sentia saudades... muitas saudades, sem fim.

(Plínio Silveira - 27 de novembro de 2015).

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