domingo, 20 de dezembro de 2015

PREFERÊNCIA.


Gustavo entrou na portaria do prédio e já começou a olhar para um lado, para o outro... logo viu os dois porteiros do primeiro turno estavam recebendo as correspondências; com eles o carteiro... pensou: "Não!" 
Avançou pelo corredor de elevadores, e lá estava seu Nelson (o responsável pela faxina), organizando e orientando um jovem auxiliar - Gustavo mexeu negativamente a cabeça ("Não!").
Entrou no primeiro elevador que viu - de andares pares - ninguém! Gustavo pensa: "Tem alguma coisa errada!?!?"
No sexto andar entram dois estagiários; Gustavo baixa a cabeça e pensa ("Não. Não mesmo!").
Sai do elevador no oitavo e encontra seu Braga - o funcionário mais antigo da empresa; caminha rápido até a entrada do andar, entra no corredor de mesas, computadores... e na área de água-e-café encontra José, Lúcio e Alberto; os três sorriem, brincam com Gustavo e oferecem café e biscoito; mais uma vez a resposta (em silêncio): "Não! Não! Não!
Gustavo acha estranho o sorriso de Lúcio e comenta em pensamento: "Nossa. Um sorriso malicioso... oferecido..."
Gustavo decepcionado, parou perto das janelas, meteu a mão no bolso e tirou uma folha de jornal; desdobrou o papel, conferiu a data ("É de hoje mesmo!"); e leu novamente (para ver se não tinha entendido mal). No seu signo estava escrito: Dia de lua cheia em lihra. Aproveite agora, o amor está no ar! Nova relação a vista."
Gustavo dobra a folha de jornal, olha para o reflexo na janela, ajeita a gravata... e, pensativo, se pergunta: "Será? Lúcio??" Balança a cabeça e fala baixinho: "Preferia o José!"

(27 de outubro de 2015).

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