Todas as tardes Anabela sentava sob a mangueira; acomodava o corpo jovem e magro na raiz mais alta - quase um banco particular! - e escrevia poemas no tronco e no ar; para "escrever" usava uma folha seca da árvore.
Nos poemas (e algumaes vezes histórias) Anabela narrava coisas simples do dia a dia ("Coisas do cotidiano!", como dizia dona Alzira, a professora), e também pequenas partes da vida de Marcos (um vizinho um ano mais velho, que estudava na mesma escola).
A figura e as peripécias de Marcos exerciam forte fascínio sobre a jovem menina - quase tudo que via e ouvia dele, Anabela transformava em pequenas crônicas ou poemas!
E sempre que contava as "novas" de Marcos para a árvore, o vento, as mangas e os pássaros, Anabela sorria... ria sozinha e, sempre repetia, balançando a cabeça: "Esse Marcos é mesmo um louco... um louco de pedra!".
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