segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A VOZ NA PRAÇA.


Anabela sentou no banco de concreto; olhou para um pequeno pássaro branco, que teimava em (tentar) pegar um pequeno peixe, no lago coberto de folhas secas.
Anabela abotoou a camisa de flanela - a manhã estava ensolarada, mas fazia um pouco de frio - e depois passou a mão pela calça preta, tentando limpar uma pequena mancha branca... e, enquanto passava a unha pela pequena mancha, pensava na vida, principalmente nos últimos acontecimentos; sentiu o coração apertar e o choro, silencioso porém doído, subiu pela garganta e foi brotar nos olhos de Anabela.
O pássaro branco abriu as asas, grandes, e voou para o lado oposto do lago - tinha desistido de pegar o pequeno peixe!
Anabela se distraiu "um minuto" com o voo... mas, o pensamento estava fixo na conversa dura que teve com o neto, naquela manhã.
Olhando para a ave, 'um-tanto-longe', se surpreendeu quando a voz, firme, escapou de sua boca, profetizando: "Não vou mesmo... nem tente!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário