quinta-feira, 6 de março de 2014

SAUDADES DE VOCÊ.

Jonas tinha lido os e-mails e estava fascinado com uma breve mensagem "anônima", que tinha recebido há dois dias, mas que só lera agora.

A pequena mensagem dizia: "Saudade de você."

Jonas "futucou" todos os recursos e meios do computador e do site de e-mail para descobrir de quem era a excitante mensagem... todavia, o remetente acusava: Sua!

Diante da impossibilidade de descobrir a misteriosa origem da mensagem, Jonas resolveu responder, afinal, (quem sabe?) receberia outras mensagens, até descobrir quem se escondia por detrás de "Sua!"

Responder era fácil; o difícil era decidir duas pequeninas coisas: o quê escrever; e o tom, o desejo subjacente à mensagem.

Decidiu começar pelo "tom" - seria direto, objetivo... seria um ataque frontal, sem defesa! Não, isso não funcionaria; poderia até inibir a remetente. O melhor seria responder, mas com uma medida de desdém... do tipo "respondi por responder!"

Agora o mais complicado: a frase! Uma só palavra? No máximo duas ou três! Nada de mostrar excesso (ou sequer, falta) de desejo; teria que ser uma pequena frase, no mesmo tom: misteriosa e instigante!

E Jonas começou a escrever: "Quem é?"... não! Não, mesmo. Tão direto não aguça a vontade de responder e ainda pode parecer desdém demais...

"Se eu soubesse quem é, poderia dizer o mesmo!"... não, nove palavras, muita informação... é quase um pedido-de-joelhos, do tipo: "Fala comigo! Quem é?"

"Fala aê!"; "Qualé, também!"; "Eu posso saber quem é?"... Jonas escreveu e re-escreveu mil-e-uma frases, mas nenhuma ''cabia'' no modelo que ele tinha pensado: objetiva, direta e eficaz!

Em frente da máquina, olhando para a tela, depois de muita digitar e apagar... Jonas sentiu a cabeça doendo... e a compreendeu que "Sua!" estava ganhando... ''perdendo'' e quase de ''joelhos'', Jonas foi até a cozinha e explicou a situação para a mãe: "Recebi uma mensagem anônima (Saudade de você.) e quero saber quem enviou, mas não quero parecer muito afoito... já pensei mil respostas, mas nenhuma me agrada... o que a senhora acha? Qual deve ser a minha resposta?" A mãe continuou a lavar a louça e respondeu, sem mudar o tom da voz: "Pergunta: "quem é?"

Jonas quase enlouqueceu. "Mãe, eu já pensei nisso, mas não é instigante... A mãe riu e tentou uma nova frase: "Quem é?" Jonas balançou a cabeça; e eu vou só responder: "Eu também!"? Só isso? Poxa..." e não tendo outra alternativa, voltou para a frente do computador, sentou e ficou olhando a mensagem... Tantos planos e estratégias para responder e minha mãe diz (só): "Quem é?" e "Eu também!"!?!?

E não conseguindo mais pensar em outra solução, Jonas escreveu: QUEM É? e ''clicou'', enviando a mensagem.

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