domingo, 8 de abril de 2012

A ESPERA DE ÉMILE.

Émile saiu pelo portão da casa e ganhou a calçada. 
Olhou na direção da casa de Jean, mas não tinha ninguém na porta; a porta e as janelas da casa do amigo estavam fechadas, achou estranho pois a porta sempre estava aberta, até aquela manhã.
Viu algumas meninas, de outras ruas do bairro, brincando perto da esquina; caminhou devagar até a porta da casa de Jean. Olhou para as janelas, para a porta e para o quintal - nenhum movimento ou barulho. Esticou o corpo magro e olhou para os fundos da casa e, no varal, não tinha nenhuma roupa...
Émile ficou curiosa, pois Jean não tinha falado nada sobre viagens ou passeios para a casa de parentes... Ficou na 'ponta dos pés' e tentou ver mais o quintal - estava com folhas alguns pedaços de papel, e isso significava que o quintal não tinha sido varrido de manhã; olhou de novo para as janelas e a porta... nenhum som.
O barulho das outras meninas brincando de 'pular elástico' chamou sua atenção; dentre as vozes e risos reconheceu a de Silvia, que era a mais animada. Andou devagar até as meninas e esperou Silvia acabar a série de 'pulos' e risos.
Quando Silvia terminou a série,Émile chamou a colega e perguntou se sabia de Jean.
Silvia disse que não sabia de nada, que não via Jean e a família desde o dia anterior.
As outras meninas chamaram Silvia de volta para a brincadeira; Silvia convidou Émile, que não aceitou - estava mais interessada em saber de Jean e por que a casa estava fechada e tão silenciosa.
Émile voltou para a porta do amigo e ficou boa parte da manhã esperando algum som ou movimento na casa, mas nada aconteceu até a hora do almoço, quando sua mãe a chamou para 'comer': "- Venha, menina!"
Émile voltou para casa, mas a cada dois ou três passos olhava para a casa de Jean, esperando uma surpresa qualquer, mas... nada aconteceu.

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