EXPRESSÃO MATEMÁTICA.

Democracia é difícil, aliás, difícil demais... e quando penso em democracia lembro de uma frase de Millor Fernandes - "democracia é quando eu mando em você; ditadura é quando você manda em mim!" - e tem sido assim em todos os lugares e momentos. A ditadura (direta, explícita ou implícita) recebe muitos nomes e chega a ser desejada e amada por muitas pessoas, apesar de ser deplorável para a humanidade a falta de respeito somada à ganância de mandar, que é uma das muitas associações da ditadura.

Para uns a ditadura é 'algo necessário' para organizar a vida coletiva. Para outros a ditadura é um misto de sentimentos, como um jogo de aproximar e afastar - amor e ódio, desejo e repulsa, mas de qualquer forma cultos e incultos, sabedores e ignorantes... sentem necessidade e, paralelamente, medo da ditadura e dos seus representantes. Sempre é possível encontrar quem defende e ataca, com seus próprios argumentos (válidos ou não), a ditadura, afinal essa forma de 'governo' ou 'liderança' sempre beneficia um pequeno grupo, para manter a popularidade - os governos populistas já contaram e ainda contam essas histórias para todos nós. E esse pequeno grupo (que sempre é descartável, pois basta desagradar ao poder!) sustenta a ditadura, de várias formas: divulgação de lemas e ideologias, denúncias (reais ou fantasiosas, mas que sempre alcançam seus objetivos, afinal a 'força' não se importa com a vida das pessoas, mas somente com a própria vida-existência) e tantos outros mecanismos, que somente as pessoas associadas à ditadura são capazes de criar e colocar em prática.

Maquiavel já ensinava em seus escritos que é preciso 'dividir para governar' - e essa tática é amplamente utilizada para o controle dos grupos submetidos às ditaduras. Privilegiar uns e atacar outros é uma das técnicas - mas é importante saber que esse jogo de privilégios e castigos é muito móvel, afinal basta 'uma palavra' para que a ditadura transforme aliado em inimigo e vice-versa, afinal a lógica da ditadura (e do ditador) é a manutenção do poder e seus desdobramentos (como se colocar na posição de 'deus', fazendo da vida alheia estórias de 'céu e inferno').

Mas, Marx e tantos outros já ensinaram a todos nós que o poder está nas mãos do maior grupo, não de um pequeno grupo (como é o da ditadura). É como se fosse uma expressão matemática simples: muitas pessoas (menos) poucas pessoas - a ditadura (igual a) muitas pessoas. É só fazer a conta!