quarta-feira, 27 de abril de 2011

O AMOR DE MERCIA.

Pedro Antonio chegou na escola cedo. Encontrou somente o refeitório aberto, com poucos estudantes tomando o café da manhã. Entrou numa pequena fila, pegou seu café e pão e sentou em frente à Mercia.
Mercia tomou café co calma. Pedro Antonio não. Em dois ou três goles tomou o café e saiu do refeitório comendo o pão. Mercia olhou e abanou a cabeça, em sinal de reprovação.
Na formatura de todas as turmas, antes do Hino Nacional, Pedro Paulo se envolveu numa briga com outros dois estudantes. Mercia olhou em silêncio toda a confusão.
Os três meninos foram para a coordenação. Mercia foi para a sala de aula.
O professor começou a aula com algumas breves palavras sobre a confusão no pátio. Mercia levantou a mão e pediu para sair, pois precisava ir na sala do irmão. O professor autorizou e a menina saiu. Mercia parou no pátio e ficou olhando para o chão. Falou baixo algumas palavras, apontou o dedo para dois ou três locais próximos e saiu andando. Parou num determinado ponto e começou a andar, devagar, como se estivesse em uma solenidade. Deu dois passos para frente, um para o lado e depois mais três para a frente. Parou, sorriu e depois voltou para a sala de aula.
Entrou na sala e foi para o seu lugar.
Viu que Pedro Antonio já estava sentado.
Na hora do recreio Mercia ficou lanchando junto do pinheiro. A amiga Ana Julia chegou próximo e começou a caçoar de Mercia : "Eu sei... eu sei o que você estava fazendo no pátio... você estava, de novo, 'pisando' exatamente nos mesmos 'passos' do Pedro Antonio na formatura da manhã...!"
Mercia olhou com desdém, não respondeu à amiga e continuou comendo seu lanche.

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