O tempo... misterioso tempo.
Não seríamos os mesmos sem o tempo; não falo somente sobre as mudanças físicas (bebe, criança, adolescente, adulto, velho), mas também do que acontece na vida de todos nós quando o tempo se impõe.
Esperamos e as crianças nascem; crescemos e nos apaixonamos; sofremos de saudade; crescemos e vamos trabalhar; os dias, meses e anos aumentam a saudade e, paralelamente, diminuem as dores das perdas (quantos amores 'que amamos tanto' foram se desfazendo com os dias? Quanta dores de lutos foram amenizadas com o passar do tempo?)...
E tudo isso acontece grão-a-grão (estou pensando nas ampulhetas) ou segundo a segundo.
Com o tempo vamos mudando de tamanho, rosto, voz e também de lugares, de amores e de humores... e tudo isso muito devagar ou muito rápido, dependendo de cada situação e pessoa.
E não há o que você possa fazer para diminuir o ritmo ou deter o tempo; você pode fazer a força que quiser, mas o tempo continuará passando e mudando você, a mim e a todos.
O tempo... misterioso tempo...
Às vezes também me pego pensando nos mistérios do tempo e ivariavelmente me recordo das canções que expressam pontos de vista diferentes sobre ele (o tempo), como Caetano "és o senhor do destino, compositor de todos os ritmos...", ou Oswaldo Montenegro em "A lista", mas me sinto particularmente triunfante quando ouço Nana Caymmi em sua "Resposta ao tempo":
ResponderExcluirResposta ao tempo
(Aldir Blanc/Cristóvão Bastos)
Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho
Prá ter argumento
Mas fico sem jeito
Calado, ele ri
Ele zomba
Do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei
Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há fôlhas no meu coração
É o tempo
Recordo um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei
E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos
Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto
E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer
Bela resposta, não é?
Às vezes também me pego pensando nos enredos criados ao longo do tempo e como vamos sendo conduzidos pos estas tramas, e então, me lembro de canções que expressam tão bem nossas afliçoes e alegrias diante deste "senhor implacável", como Caetano, em sua "Oração ao tempo", ou Oswaldo Montenegro em "A lista", mas me sinto particularmente triunfante ao escutar Nanan Caymmi e sua "resposta ao tempo":
ResponderExcluirResposta ao Tempo
Nana Caymmi
Composição: Aldir Blanc/Cristovão Bastos
Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho
Prá ter argumento
Mas fico sem jeito
Calado, ele ri
Ele zomba
Do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei
Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há fôlhas no meu coração
É o tempo
Recordo um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei
E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos
Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto
E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer
Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto
E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder
Me esquecer
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer