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As chuvas no Rio viram notícia: mais de duzentas pessoas mortas; famílias destruídas; prefeito e governador pedem verbas para o governo federal...
Os programas (os sensacionalistas programas) repetem as mesmas notícias; basta que você ‘troque’ de canal e lá está a mesma notícia, as mesmas imagens e, pior, as mesmas intenções – prender os ‘consumidores’ na frente das telinhas (agora com 42 polegadas... telonas)!
Ao ver a (inequívoca) imagem do prefeito ou do governador eu já sei do que falam: a culpa é da invasão das áreas de risco; a vítima é a culpada; o município (ou estado) precisa de (mais) verbas para poder atender aos desabrigados... enfim, as mesmas falas de outros-tantos-anteriores-governantes.
Não se pode culpar os governantes, afinal se não aproveitarem a ‘oportunidade’, como conseguir ‘tirar do pai uma grana extra’? Pois é assim que os vários governos tratam as desgraças que atingem e afligem as pessoas – uma oportunidade de conseguir mais verbas, dinheiro extra!
Discutir problemas tão sérios requer muitas análises e sempre será uma discussão incompleta, afinal chegar a um consenso, a uma tese nesses casos é muito difícil, pois a maioria de nós (e acredito que até dos governantes) desconhece ‘todos’ os detalhes desse gigantesco jogo que é a vida em sociedade, em especial em situações como as catástrofes e os pedidos e os (muitos) caminhos das verbas (dos cofres públicos às pessoas que precisam).
Por isso vou fincar minhas palavras em um pequeno trecho dessas discussões: os governantes, as verbas e as responsabilidades.
Sobre os dois primeiros eu já escrevi; mas e as responsabilidades? Governos e governantes (cuidado, pois não é a mesma coisa!) deixam as invasões acontecerem, afinal, caso haja alguma desgraça, sempre será possível culpar uma administração anterior e é ‘eleitoralmente’ positivo deixar pessoas ocuparem espaços ‘in-ocupáveis’ (desculpe as ‘criações’). Mas, e as pessoas? Por que colocam suas vidas (e de seus parentes) nas rodas da sorte-e-do-azar? Todas as pessoas ouvem e veem, ano após ano, as desgraças se repetindo; vendo pessoas morrerem, famílias desfeitas, perdas materiais... E as pessoas? Por que elas ocupam encostas e terrenos sobre lixões? Por que elas ainda confiam nos governantes? Por que ainda votam em governantes de ‘fichas limpas e sujas’? ... Enfim, seriam tantas questões, tantas formas de responder, pois eu ‘vejo de onde me posiciono’ e isso faz com que as pessoas tenham respostas bem diversas sobre uma mesma situação.
Encerro o texto sem poder encerrar a discussão, mas a ideia é propor e organizar questões, que possam levar a reflexões – mas sempre uma proposição e uma organização ‘de onde vejo’.
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