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Não perca a oportunidade de dizer: grato, amo, gosto, não-gosto, desculpe... ou qualquer outra palavra por receio de romper um 'contrato-adulto-social' (pois as crianças têm outras regras!).
Tenho percebido (no cotidiano) que as relações estão marcadas por 'movimentos' previamente estudados e, também, palavras e gestos que 'cabem' nesses movimentos.
Quando uma pessoa fala com seu 'superior' (de qualquer natureza social) tem um rol de palavras, gestos, formas de se comportar que são usadas e, paralelamente, palavras, gestos e formas de se comportar que 'não são usadas', pois o 'não-dito' faz parte do (que deve ser) dito.
Eu não condeno as 'regras' que criamos para as relações, mas o excesso de regras que criamos (ou que adotamos) para as relações que temos com as pessoas (e até com a gente mesmo!).
Condeno a falta de coragem (que está embutida em certos rituais) de falar a verdade; condeno a falta de polidez ao mentir, somente para ter ou manter regalias ou alcançar objetivos; condeno a 'morte' da relação verdadeira - da 'morte' do toque carinhoso ou da palavra-agradável, que muitas vezes são substituídos pelo olhar-sério, o corpo ereto e o aperto de mão pré-estudados e cronometrados.
Condeno a 'morte' de uma das maiores riquezas de cada um de nós, que é a verdade, o olhar sincero e a palavra, que nem sempre será agradável, mas educada e sincera, afinal não precisamos concordar sempre para sermos amados e queridos.
Acredito que o amor e o (bom e humano) desejo pelo Outro surge da AUTENTICIDADE, dessa VERDADE que podemos ser, mas que muitas vezes, pelo contrato-adulto-social, matamos ou escondemos, pelo 'desejo' de sermos aceitos ou (bom e humanamente falando) sermos desejados.
Proponho, sem querer outra coisa a não ser a reflexão de cada um/cada uma que lê, que sejamos autores sinceros de nossas vontades, que consigamos aprender e, nesse aprendizado, ensinar aos outros um modo 'criança' de estar e ser nesse mundo.
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Este texto me trouxe muitas sensações e questionamentos...
ResponderExcluirPenso que a vida poderia ter cores mais intensas e menos decepções se houvesse mais sinceridades nas relações.
Longe das "máscaras sociais", que nada mais são que pequenos cálices de hipocrisia, poderíamos desfrutar da aventura de sermos quem verdadeiramante somos, e assim, nos tornarmos um pouco melhores a cada dia.
tenho poucas certezas na vida, mas uma delas é a noção de quão efêmera pode ser a nossa existência, e que portanto, passar a vida "fingindo", pode ser um desperdício de tempo e felicidade, para nós e para todos que nos cercam...