Todos os anos era a mesma coisa –
rabanadas, lentilhas, refrigerantes e uvas – e lá, em frente à mesa estava o
casal Nico e Beth, unidos pelos poucos minutos que faltavam para o começo do “novo
ano”; esperavam o 3, 2, 1 e os fogos na televisão... a imagem era de uma praia
lotada, pessoas felizes, cantores no palco e muita... muita animação. Beth
olhava para Nico e vice-versa, a cara dos dois estava mais para um capítulo “morno”
da novela das seis do que para fogos de artifício e risadas, mas continuavam
ali, frente a frente, sentados à mesa, esperando aqueles intermináveis minutos.
Nico baixou a cabeça e começou a rir; Beth perguntou: “- O que foi? Está rindo
do quê?” Nico levantou a cabeça, balançando negativamente e respondeu: “-Nada!”
e ria mais ainda. Beth se irritou e balançou a cabeça, mas as risadas de Nico
eram tão contagiantes que ela acabou rindo também. Riram um, dois minutos. Nico
foi o primeiro a falar: “- Estamos aqui esperando algumas ‘voltas do relógio’
para desejar um bom ano... isso é ridículo! Na Austrália já é ano novo!” Beth
riu mais ainda e concordou: “- Verdade! Vem cá!” Nico se aproximou e os dois se
beijaram, abriram o champagne, brindaram, comeram as uvas, fizeram pedidos e se
abraçaram... quando Beth cortou o primeiro pedaço da rabanada a contagem regressiva começou na televisão – Nico pegou o controle e desligou o aparelho, dizendo baixinho: “- Aqui já é
um novo ano!” Beth confirmou com um sorriso.
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