domingo, 3 de abril de 2011

A REAÇÃO DOS PAIS

O menino não tinha certeza sobre o que falar para o pai e para a mãe.
No caminho para casa pensou 'milhões' de formas de começar a conversa, mas nenhuma pareceu muito boa para explicar o que tinha acontecido.
Quando parou numa esquina, esperando o sinal fechar para os carros e abrir para os pedestres, ficou olhando para o guarda municipal e para o sinal e sua cabeça parecia aquele sinal de trânsito - não parava de funcionar, a diferença é que ele pensava em 'mil' palavras, 'mil' formas de como começar a explicar toda a situação aos pais. A maior preocupação era saber qual seria a reação dos pais.
O sinal fechou para os carros, o guarda mandou que os pedestres atravessassem e, assim, lá foi o menino. O coração começa a bater mais forte, afinal cada passo na direção de casa era 'menos um passo para encontrar os pais e explicar tudo'.
Olhava casa por casa, muro por muro, pessoa por pessoa... e a cabeça 'funcionando a mil-rotações-por-segundo'.
E logo viu um muro e um portão muito conhecidos.
Mais dois passos e teria que colocar a chave no portão e enfrentar toda a situação - não sabia o que era pior: contar o que houve ou enfrentar o olhar dos pais (pois é claro que os pais saberiam de imediato que tinha acontecido alguma coisa!).
A chave entrou na fechadura, rodou duas vezes e depois de vinte e sete passos lá estava o menino frente a frente com a mãe. Seis segundos depois o pai entra na copa-cozinha e todos estão juntos.
O menino não aguenta mais aquela confusão em sua cabeça e começa a falar, meio embolado: "Mãe, pai... eu tirei nove e meio em matemática!"
Pronto! Falou.
O pai e a mãe olham para o menino e dizem: "Muito bem! Lave as mãos que vamos almoçar agora."
O menino ficou surpreso e pensou: "Como é que é? Não vão perguntar como isso aconteceu? Não vão perguntar se eu colei? Não vão perguntar se a professora enlouqueceu e 'deu' nove, nove e meio e dez pra toda a turma? Não vão me interrogar sobre essa situação tão curiosa?"
Como os pais não demonstravam mais nenhuma reação, largou a mochila, lavou as mãos e sentou para almoçar.

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