Corri longamente pela mata.
Gritei os nossos nomes em cada parada que dei.
Rodopiei, respirei fundo e voltei a correr; corri para alcançar nossos sonhos, que voavam à minha frente.
Corri o mais rápido que pude, pulei o mais alto, mas, infelizmente, não consegui segurar nenhum dos nossos sonhos... quase todos foram levados para lugares cada vez mais distantes pelo vento. E eu fiquei pelo caminho, olhando para os nossos sonhos, que voavam para lá e para cá, mas sempre longe de mim. Uns mais lindos do que os outros, e todos nossos. Mas, infelizmente, um-por-um, todos se foram.
Cansado e triste parei sob uma grande árvore, com muitos galhos e folhas; em vários galhos vi que tinham ninhos, com pequenos pássaros.
Também vi que os pássaros-pais chegavam de seus voos e traziam comida para os filhotes; e que surpresa - os pássaros tinham pego pedaços de nossos sonhos, que ficaram presos em outras árvores, e estavam dando para os filhotes como alimento.
E logo após cada filhote engolir um ou outro pedaço de nossos sonhos, eles cantavam, e o canto era lindo. E todos os cantos me lembravam você; lembravam nós e nossas longas e felizes conversas.
Subi em alguns galhos para me aproximar dos pássaros, para ouvir todos aqueles cantos, todas aquelas lembranças. E percebi que os nossos sonhos não tinham saído e fugido de mim, mas estavam cumprindo o ritual da transformação, tão comum na natureza.
Muito bom! É incrível como eu consigo entender perfeitamente o teor desses textos do jeito que eu ando ultimamente. Ainda vou conseguir transcrever todos esses sentimentos tão bem assim.
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