sábado, 31 de outubro de 2009

TANTO EM TÃO POUCO.

Como fui tão longe? Como aguentei tanto?
Nem me pergunte, eu realmente não saberia responder. Simplesmente fui vivendo cada dia, suportando cada estória, fingindo-me de cego (às vezes de surdo) e... os dias foram se passando, até que isso completou alguns (muitos) anos.
Não teve dia em que eu não pensasse como seria se eu reagisse. Não passou um dia sequer sem que eu imaginasse coisas diferentes das que vivo (ou sob as quais sobrevivo!). Todos os dias, todos os dias eu pensei... eu imaginei, mas, como se enfeitiçado, não ousei avançar em meus íntimos e secretos planos de liberdade.
Nem me pergunte por que eu não agi, eu realmente não saberia responder.
Não posso mentir (pelo menos para mim mesmo) que eu sabia exatamente como responder ou como agir... mas eu também sabia, sentia, que seria a 'gota d'água' para chegar ao final, ao fim desse enlace sinistro e perverso... seria o início de uma nova vida, de dias 'mais leves', mas eu, realmente, não admito viver sem essa relação.
Eu ouço todos os dias de pessoas íntimas que isso não é normal ou aceitável. Eu sei! Ouço que minha vida seria melhor... que apareceria alguém melhor... Eu acredito que sim! Mas, simplesmente, não tenho coragem de responder, de virar as costas naqueles momentos de 'palavras-duras-e-injustas' ou mesmo dos ataques de raiva, que em algumas vezes chegou à ameaça física.
Como fui tão longe? Como aguentei tanto?
Nem me pergunte, eu realmente não saberia responder. Simplesmente fui vivendo cada dia, suportando cada estória... sei que as pessoas me julgam, que alguns me veem como um co-dependente de uma relação perversa, mas eu tenho medo de perder tudo o que tenho, mesmo que seja tão pouco.

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