domingo, 29 de maio de 2011

FOME E SONO.

A noite estava fria.
Poucas pessoas andando pelas ruas estreitas do Centro.
Tudo o que eu preciso é encontrar alguma coisa para comer e um local (seguro) para dormir.
Vou de lixeira em lixeira procurando comida, que esteja em condições de ser consumida.
Enquanto procuro comida aproveito para olhar onde poderei dormir nesta noite fria e vazia.
Vem um homem, de casaco e o rosto encoberto pela escuridão da rua. Espero se aproximar e peço dinheiro para comprar alguma coisa para comer. O homem diz que 'não tem agora, fica pra a próxima'... essa é a frase preferida das pessoas, quando não querem dar algum trocado. Mas, o jeito é procurar um pouco mais.
Passo para a rua seguinte.
Vejo um lugar, na porta da livraria, que será bom para dormir.
Mas, preciso andar depressa e conseguir logo comida, senão outro vem e ocupa aquela porta.
Meto a mão na lixeira de um prédio e sinto algo quente. Puxo para fora o saco amarrado, abro e vejo uma quentinha com carne e arroz... pego tudo e volto logo para a porta da livraria.
Ali, no escuro, como toda a carne e o arroz, com as mãos.
Limpo a boca e abro meus 'panos' e deito.
Mais uma ou duas pessoas passam apressadas pela porta da livraria, hoje a noite 'a minha porta', e logo eu durmo, sem dificuldade.
No meio da noite acordo com os pingos da chuva. Mas logo chego mais para a porta de aço e tudo está resolvido.

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